O Vulcão do Corvo compreende a totalidade emersa da ilha com o mesmo nome, e corresponde a um vulcão poligenético com caldeira, denominada Caldeirão. Com uma forma original quase circular, esta caldeira apresenta actualmente o seu bordo ocidental truncado pela erosão marinha e o seu interior ocupado por alguns cones de escória e corpos filoneanos, duas lagoas permanentes e vários charcos efémeros.

 

A história eruptiva deste vulcão encontra-se traçada desde a actividade submarina emergente, registada pelas formações constituídas por piroclastos submarinos (tufos). A fase subaérea é marcada inicialmente por vulcanismo basáltico (s.l.), iniciado há cerca de 710.000±490.000 anos, passando posteriormente a erupções mais explosivas, de natureza traquítica, algumas associadas à fase de formação da caldeira. Após esta fase a actividade eruptiva volta a ser essencialmente basáltica, do tipo havaiana a estrombolina. Os episódios mais recentes correspondem aos cones de escórias presentes no interior da caldeira e ao cone de escórias da Coroínha. Alguns destes centros emissores apresentam ainda formas bem preservadas sugerindo uma actividade eruptiva recente, não sendo certo que a mesma tenha ocorrido à menos de 10.000 anos.

ZBYSZEWSKY, G., CÂNDIDO DE MEDEIROS, A., FERREIRA, O. V. e ASSUNÇÃO, C. T. (1967) – Carta Geológica de Portugal e Notícia explicativa: Ilha do Corvo, Açores. Serviços Geológicos de Portugal. Carta + 16 p.​