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Instituto de Investigação
em Vulcanologia e Avaliação de Riscos

Nacionais

 

MOFETA
MOFETA - Efeitos ecológicos da acidificação por CO2 em zonas de desgaseificação submarina de baixa profundidade nos Açores.

Coordenador Científico


Pedro Range (Centro de Ciências do Mar (CCMar/CIMAR))

Investigador Responsável/IVAR


Resumo


​A queima de combustíveis fósseis aumentou de forma exponencial durante os últimos 200 anos. As concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2) aumentaram a uma taxa sem precedentes. Atualmente é inequivocamente aceite que tal está na base das alterações climáticas globais, com aumentos notáveis na temperatura global, elevação do nível do mar e alterações marinha química do carbono. A absorção de CO2 pela água do mar já diminuiu o pH médio das águas superficiais do oceano em 0,1 unidades, em relação aos níveis pré-industriais. Previsões para o final do século indicam um decréscimo de pH do oceano, entre 0,21 e 0,36U. As possíveis consequências da acidificação dos oceanos (AO) nos organismos marinhos, nos ecossistemas e em bens e serviços que estes proporcionam tem motivado um esforço de investigação crescente. Os efeitos observados até agora são provenientes de experiencias em laboratório, onde o CO2 foi manipulados em escalas de tempo curtos. No entanto, a necessidade de utilizar "experiencias naturais" nos ambientes marinhos específicos ricos em CO2, devido a efeitos naturais ou antropogénicos tornou-se óbvia. Esta abordagem tem várias vantagens sobre experiências AO manipulativas, como o aumento realismo, a possibilidade de medir os efeitos diretos e indiretos sobre os padrões e processos ecológicos e avaliar o potencial de organismos marinhos para se adaptar. Investigações em zonas de desgaseificação de CO2 associadas a atividade vulcânica submarinha de reduzida profundidade, produziram avanços significativos nesta matéria, mas existem poucos locais no mundo disponíveis para este tipo de investigação. Estudos no Mediterrâneo e no Pacífico revelaram efeitos ecológicas devido alterações químicas da água do mar. Tais estudos são agora necessários no Atlântico, uma vez que haverá grandes variações regionais na sensibilidade de organismos marinhos à AO. Outra limitação importante a reduzida replicação nestes estudos, o que aumenta a probabilidade de interação com outros fatores que variam entre os locais, para além do CO2. Estudos a níveis regional e local, como os realizados no Pacífico e Mediterrâneo, são necessários no Atlântico, se se pretende reforçar a confiança nas previsões dos efeitos de AO sobre o ecossistema global. Zonas de desgaseificação submarina de CO2 são comuns em toda a dorsal meso-atlântica, incluindo a Islândia e os Açores. No arquipélago dos Açores, a zona melhor estudada é o Monte submarino D. João de Castro. Outras áreas mais próximas da costa foram identificados em torno das ilhas de S. Miguel e Faial. As caracterizações iniciais da composição das descargas gasosas nessas aberturas indicam uma dominância pelo CO2 (> 90%), com níveis mais baixos de compostos tóxicos (H2S, H2 e CH4), o que os torna adequados para estudos de acidificação. Da mesma forma que na Papua Nova Guiné, México, Japão e do Mediterrâneo, será necessário uma monitorização biogeoquímica detalhado para identificar gradientes de pCO2 e reduzir os potenciais fatores de confusão com calor, salinidade, alcalinidade e outras emissões vulcânica para além de CO2. A presente proposta destina-se a recolher mais evidências in situ sobre os impactos da AO induzida pelo CO2 em diferentes tipos de povoamentos marinhos costeiras (bentónicos e pelágicos) em águas pouco profundas dos Açores com zonas de desgaseificação de CO2. O estudo irá comparar dois locais de desgaseificação, na Ilha São Miguel (Ribeira Quente) e na ilha do Faial (Ponta da Espalamaca). Uma grande vantagem para a presente proposta é que a monitorização da química do carbonato nos locais propostos já está em curso, e este trabalho anterior, realizado pelas equipas do UAC e IMAR irá suportar as experiencias in situ previstas. Um desenho experimental assimétrico será utilizado14, onde os níveis de pCO2 serão medidos em vários locais de desgaseificação e em vários locais de controlo, com características semelhantes, mas sem atividade de desgaseificação. Esta abordagem multidisciplinar, não foi aplicada no Oceano Atlântico, mas no Pacífico e Mediterrâneo, produziu artigos de grande relevância científica e enorme impacto mediático. Assim, este projeto aportará uma excelente contribuição para avaliar a generalidade dos padrões de respostas observados, dentro e entre regiões. Estudos anteriores já revelaram que o CO2 elevado pode agir de forma aditiva ou sinérgica com outros fatores ambientais 9,15. No entanto, dada a falta de replicação espacial, estes outros fatores são geralmente vistos como dificuldades estudos feitos em zonas de desgaseificação naturais de CO2. Nesta proposta, comparam-se dois locais dominados por emissões de CO2, mas diferindo em outras características, tais como a profundidade, o tipo de substrato e a temperatura dos fluidos hidrotermais associados. Com o desenho experimental proposto pretende-se fornecer previsões sobre os efeitos de CO2 (tanto acidificação e aquecimento) nos ecossistemas centrais do Atlântico.

Outros Investigadores


Outras Instituições


​Centro de Ciências do Mar (CCMar/CIMAR), CVARG/CIVISA, Fundação Gaspar Frutuoso (FGF), IMAR - Instituto do Mar (IMAR), Universidade do Algarve (UAlg), Universidade dos Açores (UAçores), University of Plymouth (U. Plymouth)

Ficha de Projeto


MOFETA
Efeitos ecológicos da acidificação por CO2 em zonas de desgaseificação submarina de baixa profundidade nos Açores
Entidade financiadora: FCT
Investigador Responsável: Fátima Viveiros (CVARG) / Pedro Range (CCMar/CIMAR - Projecto)
Duração: 2014 - 2015
Data de Início

01-04-2014
Data de Encerramento

31-03-2015

Anexos


Unidades Científicas


Unidades Científicas Operacionais