Ciclone Freddy deixa rasto de destruição em Madagáscar e dirige-se para Moçambique
A passagem do ciclone Freddy por Madagáscar na noite de terça-feira, com rajadas de até 180 km/h, causou a morte a quatro pessoas, cerca de 16 mil desalojados e danificou quase cinco mil casas. Embora a tempestade tropical tivesse trazido menos chuva do que se esperava, causou danos consideráveis no país, apenas cerca de um mês após o ciclone Cheneso ter provocado 33 vítimas e forçado milhares de pessoas a evacuar as suas habitações.
Após passar por Madagáscar, a tempestade tropical dirige-se para leste, e deverá, no fim-de-semana, atingir a costa de Moçambique que, face à sua aproximação, já decretou alerta vermelho. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, o ciclone tende a enfraquecer, no entanto pode chegar com ventos e chuvas intensas. Previsões indicam que Ihnambane poderá ser a primeira província a ser afetada pela tempestade, tendo as aulas sido suspensas em todos os distritos. No terreno já está uma equipa multissetorial de emergência.
O ciclone deverá seguir, depois, para o Zimbabwe e para África do Sul, com chuva intensa ao longo do fim-de-semana.
De acordo com uma avaliação do Programa Alimentar Mundial, a tempestade pode vir a afetar mais de 3,3 milhões de pessoas.
O ciclone Freddy formou-se no início do mês de fevereiro, a noroeste da Austrália. A meados da semana passada, o ciclone evoluiu para tempestade de categoria 5, a primeira do ano de 2023, com ventos na ordem dos 265 km/h, e com rajadas que, entretanto, perderam alguma intensidade.
A região sul de Moçambique ainda se encontra a recuperar das chuvas fortes que atingiram o país entre 7 e 11 de fevereiro, e que causaram inundações generalizadas e danos estruturais, principalmente na cidade de Maputo e Província de Maputo. Aproximadamente 43 mil pessoas, isto é, 9 mil famílias foram afetadas, bem como aproximadamente 40 mil hectares de terrenos agrícolas.
De acordo com uma publicação do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique, no início do ano, cerca de 10 ciclones poderão fustigar o país até ao mês de abril, podendo cinco ter consequências devastadoras.