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Referência Bibliográfica


GASPAR, J.L., QUEIROZ, G. (1998) - Os mecanismos de prevenção e de previsão de fenómenos vulcanológicos na região dos Açores. Revista de Planeamento Civil de Emergência, Separata do nº11, 17-21.


Resumo


O peculiar enquadramento geológico dos Açores reflecte-se, naturalmente, na actividade sísmica e vulcânica registada nesta zona do Atlântico Norte, em particular ao nível da Crista Médio-Atlântica e do designado Rift da Terceira (s.l). Este último corresponde a uma estrutura de direcção aproximada WNW-ESE, grosso modo materializada pela distribuição espacial das diferentes ilhas e de diversos bancos submarinos e bacias oceânicas.
 
Ao longo da História dos Açores ocorreram na região importantes terramotos e inúmeras crises sísmicas, de que resultaram vários milhares de mortos e avultados danos materiais (Quadro I). O primeiro violento abalo de que há notícia teve lugar a 22 de Outubro de 1522 e esteve na origem da destruição da então capital Vila Franca do Campo, episódio na sequência do qual se estima que possam ter perecido cerca de 5000 pessoas. O sismo mais forte até à data registou-se a 9 de Julho de 1787 e teve epicentro na Calheta de S.Jorge, originando mais de 1000 mortos. Por último, destaque-se o recente e devastador terramoto de 1 de Janeiro de 1980, com epicentro no mar entre as ilhas Terceira, S.Jorge e Graciosa, cujos efeitos se mantêm na memória de muitos.
 
No que respeita à actividade vulcânica os primeiros relatos históricos remontam ao século XV e relacionam-se com o desenvolvimento de uma erupção no Vale das Furnas por altura do povoamento da ilha de S.Miguel, algures entre 1439 e 1443. Desde então, verificaram-se na região cerca de 25 erupções vulcânicas, a última das quais se centrou na extremidade NW da ilha do Faial, em 1957/58, e culminou com a edificação do Vulcão dos Capelinhos.
 
As emanações gasosas e os movimentos de massa são outros dos fenómenos geológicos que têm estado na origem de algumas vítimas e de elevados prejuízos no arquipélago. A trágica ocorrência de Agosto de 1992 na ilha Graciosa e os recentes acontecimentos registados na freguesia da Ribeira Seca testemunham a ameaça permanente dos gases vulcânicos. A morte de cerca de 30 habitantes na freguesia da Ribeira Quente, na sequência dos movimentos de massa que marcaram a fatídica madrugada de 31 de Outubro de 1997 atestam, por seu turno, cruelmente, a vulnerabilidade do Homem perante as forças da Natureza. De um modo menos perceptível, mas igualmente preocupante, a exposição prolongada a elementos radioactivos e a ingestão sistemática de águas com características físico-químicas não recomendáveis constituem outras fontes de risco para a saúde pública.​

Observações


Anexos