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Instituto de Investigação
em Vulcanologia e Avaliação de Riscos

Comunicações orais ► em encontros nacionais

 

Referência Bibliográfica


AMARAL, P., MARQUES, R., ZÊZERE, J.L., QUEIROZ, G., MARQUES, F. (2008) - Aplicação de um modelo hidrológico e geotécnico à instabilidade de vertentes desencadeada por precipitação intensa no concelho da Povoação (S. Miguel, Açores). Geomorfologia 2008, IV Congresso Nacional de Geomorfologia. Eixo temático H – Riscos naturais, processos erosivos e dinâmica de vertentes, Braga, 16 a 18 de Outubro (Comunicação Oral).


Resumo


O Concelho da Povoação, devido ao seu enquadramento vulcanológico, é constituído essencialmente por depósitos piroclásticos de natureza pomítica que, na sequência de períodos de precipitação intensa, se tornam propícios à ocorrência de manifestações de instabilidade geomorfológica, fazendo deste concelho um dos locais do Arquipélago dos Açores mais susceptíveis aos movimentos de vertente.

 

No dia 12 de Fevereiro de 2002 e nos dias 6 e 18 Março de 2005, a ocorrência de episódios de precipitação intensa desencadeou numerosos deslizamentos e escoadas detríticas superficiais no Concelho da Povoação, tendo originado avultados danos materiais em habitações, cortes nas vias de comunicação e 3 vítimas mortais (registadas no evento de 6 de Março).

 

Com o intuito de estudar os factores que promoveram a instabilidade das vertentes nas referidas datas, aplicou-se um modelo hidrológico acoplado à análise de estabilidade de vertentes para avaliar as condições vigentes aquando da ruptura. O modelo hidrológico utilizado determina o efeito transiente do processo de infiltração, através da precipitação dos dias que antecederam e promoveram os episódios de instabilidade. Deste modo, o modelo permite gerar cargas hidráulicas que, quando associado a um modelo geotécnico (e.g. modelo de talude infinito), possibilitam avaliar a variação do factor de segurança dos taludes duma forma dinâmica, em função do tempo (com resolução de 30 e 60 minutos) e da profundidade antes, durante e após a ocorrência de um período de precipitação em particular.

 

A abordagem determinista utilizada permitiu construir uma explicação física dos processos de instabilidade, relacionada com a precipitação na área de estudo, reconstituir os mecanismos desencadeantes de instabilidade naquelas datas e a simular a hora das ocorrências, que correspondeu sensivelmente ao momento exacto das rupturas ocorridas no terreno.

 

O modelo apresentado, pelo seu dinamismo e exactidão, revelou ser uma excelente ferramenta de previsão de movimentos de vertente desencadeados por chuva, podendo ser utilizado como base à implementação de sistemas de alarme em locais específicos. Neste contexto, poderá futuramente ser integrado numa plataforma comum com a Protecção Civil, articulado com modelos empíricos que se encontram em desenvolvimento.

Observações


Anexos