A selecção de bons níveis estratigráficos de referência, tendo em atenção aspectos como a distribuição espacial dos depósitos, as características da sua estrutura interna, a natureza dos respectivos constituintes juvenis e líticos, e a identificação dos processos vulcânicos que presidiram à sua génese, transporte e deposição, determinaram a definição de uma nova escala estratigráfica para o Complexo Vulcânico das Sete Cidades, na ilha de S.Miguel (Açores).
No presente trabalho ilustram-se as correlações estratigráficas estabelecidas, considerarando-se duas unidades geológicas principais: o Grupo Inferior, cujas rochas mais antigas aflorantes datam de há aproximadamente 200000 anos, corresponde ao espesso conjunto de escoadas lávicas e depósitos vulcaniclásticos que constituem a base subaérea do vulcão central; o Grupo Superior, formado pelos produtos vulcânicos com menos de 36000 anos, engloba as sequências eruptivas da Formação do Risco (36000 anos), Formação da Ajuda (36000-29000 anos), Formação da Bretanha (29000 anos), Formação das Lombas (29000-16000 anos), Formação de Santa Bárbara (16000 anos) e da Formação das Lagoas, dividida no Membro do Cascalho Negro (16000-5000 anos) e no Membro da Pepom (<5000 anos).
Em termos globais , o levantamento geológico em causa permitiu individualizar cerca de 70 depósitos vulcânicos no âmbito do Grupo Superior. Os diferentes tipos de actividade registados, sua magnitude e respectiva frequência constituem uma importante base de análise no que concerne à avaliação do hazard vulcânico e à mitigação do risco.