A instrumentação é uma ferramenta essencial para a correta interpretação e determinação de vários parâmetros que caracterizam um movimento de vertente, tais como: a magnitude, a taxa de deformação, a direção de movimento, a profundidade da superfície de rotura e o tipo de movimento de vertente. A monitorização com recurso a instrumentação possibilita a identificação das causas que levaram à ocorrência do movimento de vertente, o seu comportamento e, posteriormente, informação para a implementação de medidas de mitigação do risco através de, por exemplo, medidas de estabilização do movimento de vertente.
Este trabalho apresenta um caso de estudo sobre a monitorização de um movimento de vertente, do tipo deslizamento, no lugar da Maia (ilha de Santa Maria, Açores), desencadeado em março de 2010, no seguimento de um outono e inverno extremamente chuvosos. Desta ocorrência resultaram danos em 10 edifícios habitacionais, na rede de abastecimento de água e de eletricidade e na única via de acesso ao local.
A monitorização cinemática do depósito de vertente é feita com recurso a uma estação total, sendo os dados obtidos para a deformação superficial do depósito, posteriormente relacionados com os dados da precipitação, obtidos através de uma estação meteorológica automática instalada no topo da arriba fóssil.