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Investigadores do CVARG
04-09-2006 15:00
Islândia
Investigadores estudam a influência da dorsal Atlântica na actividade sismovulcânica dos Açores e da Islândia

Um grupo de investigadores do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores deslocou-se à Islândia no âmbito do projecto Europeu FORESIGHT, tendo efectuado diversas visitas de estudo a áreas activas daquela ilha do Atlântico Norte.

 

A missão teve como primeiro objectivo estudar o importante sistema de falhas que define a fronteira entre as placas Euroasiática e Americana, uma das mais activas estruturas tectónicas do globo. Segundo Gabriela Queiroz, coordenadora da equipa da Universidade dos Açores, “durante os trabalhos realizados foi possível analisar os mecanismos de rotura que levam à ocorrência de sismos neste tipo de fracturas, um aspecto de extrema importância para os investigadores açorianos uma vez que o mesmo sistema de falhas se prolonga para sul, em ambiente submarino, atravessando a região dos Açores sensivelmente a meia distância entre as ilhas do Faial e das Flores”. De acordo com aquela investigadora, na prática “tratou-se de poder estudar um vasto conjunto de características geológicas num segmento emerso da dorsal Atlântica, em tudo idêntico àquele que nos Açores se encontra a mais de 2000 metros de profundidade”. Gabriela Queiroz sublinhou que nos Açores “esta mesma estrutura tectónica é normalmente responsável por sismos de magnitude 5 a 6 que só não provocam danos porque os epicentros são suficientemente afastados das ilhas”.

 

O interesse na observação deste tipo de falhas prende-se com o facto dos cientistas admitirem que um dos principais motores da actividade sísmica que se gera ao nível das ilhas dos Açores resulta dos movimentos lentos que ocorrem na dorsal atlântica, numa faixa de direcção aproximada norte-sul situada entre os grupos ocidental e central. A ascensão de magma que se regista na dorsal Atlântica provoca o deslocamento da placa Americana para oeste, enquanto que as placas Euroasiática e Africana se movimentam para leste, a velocidades diferentes, transferindo tensões para o sistema que se estende ao longo das  ilhas dos grupos central e oriental do arquipélago. “São estas tensões que controlam, em parte, a ocorrência dos sismos que atingem as ilhas” referiu Gabriela Queiroz “pelo que avaliando a energia acumulada nas zonas de fractura, esperamos poder um dia vir a calcular qual a magnitude máxima expectável de um sismo para se atingirem as condições de estabilidade momentânea”. Um aspecto que, de acordo com esta investigadora, “nos Açores e na Islândia terá mesmo assim um elevado grau de incerteza, dado que paralelamente às tensões de natureza tectónica há a considerar a energia associada aos inúmeros sistemas vulcânicos subaéreos e submarinos”.



Fontes


Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos

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