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em Vulcanologia e Avaliação de Riscos
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Açores ► Ciência

 
25-09-2005 10:00
S. Miguel
O Sistema vulcanotectónico do Fogo-Congro

A parte central da ilha de S. Miguel é atravessada por um importante sistema de falhas que se estende da costa norte à costa sul, abrangendo o maciço de Água de Pau e toda a região da Achada das Furnas (Congro). Num contexto mais geral, a estrutura do Fogo-Congro representa um sector emerso de uma das mais activas zonas de fractura do Atlântico Norte, uma estrutura que se prolonga desde leste de Santa Maria até à Crista Médio-Atlântica, localizada a oeste das ilhas Graciosa e Faial.

 

Assim sendo, não estranha que o sistema Fogo-Congro seja uma das mais importantes áreas sismogénicas do arquipélago, aqui se acumulando tensões que resultam do jogo das placas litosféricas Eurasiática, Africana e Americana. Na verdade, mesmo em períodos de “acalmia”, este sistema regista, em média, 3 a 5 microssismos por dia. De tempos a tempos a área é palco de uma crise sísmica mais importante, tal como aconteceu em 1989 e, mais recentemente e com maior frequência, nos últimos 3 anos.

 

Numa região como a dos Açores os sismos não podem ser dissociados dos vulcões e esse é, em particular, o caso do observado no sistema Fogo-Congro. De facto, como é sabido, este sistema tectónico abrange o Vulcão do Fogo, a oeste, e um alinhamento de pequenos centros vulcânicos que se estende desde a Lagoa do Fogo até ao bordo da caldeira do Vulcão das Furnas, a leste, de entre os quais se salientam o cone de escórias do Monte Escuro ou a depressão da Lagoa do Congro, entre muitos outros.

 

A história geológica da ilha de S. Miguel desde o seu povoamento, no século XV, está marcada pela ocorrência de sismos e erupções vulcânicas que têm provocado inúmeras vítimas, avultados estragos materiais e significativos impactes sob o ponto de vista económico, social e cultural. No caso particular do sistema Fogo-Congro, há a salientar: (1) o terramoto de 1522, imediatamente seguido por grandes escorregamentos de terra e um tsunami, que em conjunto destruíram a então capital Vila Franca do Campo; e (2) as erupções  de 1563, uma, explosiva, centrada no interior da caldeira, cujas cinzas se estenderam para leste, até ao Nordeste, e outra, efusiva, marcada pela emissão de lavas que correram no flanco N, destruindo a zona da Ribeira Seca.

 

Este conhecimento justifica que a população de S.Miguel tenha consciência da necessidade de se preparar para uma qualquer nova ocorrência. A questão não é “se” mas “quando” vai tal acontecer e cada dia que passa nos aproxima, inevitavelmente, desse momento, mesmo que seja daqui a muitos anos.

 

“Preparemo-nos para o pior, esperando o melhor”



Fontes


Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos

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