No âmbito do projeto QUAKEWATCH – Sistema de Informação e Vigilância Sísmica para Mitigação do Risco, financiado pelo Programa Operacional dos Açores 2020 (operação ACORES-05-1708-FEDER-00001), o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), em colaboração com o Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR) da Universidade dos Açores, publicou hoje, no seu site, a Carta de Sismicidade dos Açores de 2019. Esta publicação surge na sequência do compromisso assumido em 2018 de disponibilizar anualmente a Carta de Sismicidade dos Açores numa plataforma acessível e de forma gratuita.
Para além do mapa de sismicidade anual do arquipélago, esta publicação apresenta os mapas de sismicidade mensal, a Rede de Monitorização Sísmica Permanente do CIVISA e as áreas sismogénicas alvo de monitorização, bem como as distribuições diária e mensal do número de eventos registados e sentidos e da energia sísmica libertada.
Em 2019 a Rede de Monitorização Sísmica Permanente do CIVISA foi melhorada. De entre as modificações efetuadas, destaca-se: (i) a alteração de 2 estações de curto período para estações de banda larga; (ii) a substituição de 2 sismómetros de 1 s por 5 s; (iii) a substituição de 1 sismómetro de uma componente (1c) por 3 componentes (3c); e (iv) a instalação de 2 estações sísmicas, uma de banda larga no Pocinhas (ilha de São Miguel) e outra de curto período com um sismómetro de 5 s no Capelo (ilha do Faial).
Para este período, o CIVISA registou 8.871 sismos, dos quais 3.758 foram localizados de forma precisa e encontram-se na Carta de Sismicidade dos Açores 2019. Na sua grande maioria localizaram-se nas zonas sismogénicas “SZ31 – W do Faial”, “SZ02 – São Miguel” e “SZ29 – Crista do Condor”, onde se registaram 2.128, 806 e 277 eventos, respetivamente. O maior número de sismos foi registado nos meses de novembro e dezembro, com 1.339 e 729 eventos, respetivamente. No total foram sentidos 99 sismos pela população, tendo predominantemente ocorrido nos meses de novembro e dezembro, com 34 e 27 eventos, respetivamente. Este fato é justificado pelo incremento da atividade sísmica nas zonas sismogénicas SZ31 e SZ29 desde o dia 3 de novembro. O sismo sentido com maior magnitude ocorreu no dia 18 de dezembro com ML=4,7 (Richter) e intensidade máxima IV/V nas freguesias de Capelo, Castelo Branco e Feteira (ilha do Faial).
As zonas sismogénicas onde se registou maior libertação de energia foram as “SZ31 – W do Faial”, “SZ13 – Bacia SE de São Miguel”, “SZ29 – Crista do Condor” e “SZ32 – Crista Média Atlântica”, com 6,36x1018 ergs, 1,75x1018 ergs, 7,92x1017 e 6,34x1017 ergs, respetivamente. A maior libertação de energia registou-se nos meses de novembro e dezembro, com 2,55x1018 ergs e 5,68x1018 ergs, respetivamente, pelos motivos apontados anteriormente.
Para o Presidente da Direção do CIVISA, Rui Marques, com esta ação pretende-se promover uma maior consciencialização em relação aos perigos naturais, diminuindo o desfasamento existente entre o conhecimento científico e a população, fomentando uma sociedade mais sustentável e cidadãos cientificamente mais cultos.