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Instituto de Investigação
em Vulcanologia e Avaliação de Riscos

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Referência Bibliográfica


GASPAR, J.L., ALVES P., FERREIRA, T., CRUZ, J., QUEIROZ, G., DESSAI, P., PACHECO, J.M., SENOS, M.L., COUTINHO, R., RAMALHETE, D., WALLENSTEIN, N., ALMEIDA, M.H. (1997) - Crise sísmica de 1997 na região do Banco D. João de Castro (Açores): resumo da actividade nos meses de Junho e Julho. "III Encontro de Sismologia e Engenharia Sísmica". Lisboa, Instituto Superior Técnico, Dezembro (Comunicação Oral).​

Resumo


No dia 27 de Junho de 1997, pelas 04h 39m (hora local), ocorreu um importante abalo sísmico no arquipélago dos Açores. Precedido por cerca de uma dezena de pequenos eventos no curto espaço de aproximadamente 30 minutos, o sismo principal atingiu uma magnitude (Md), não corrigida, da ordem dos 5.5 na Escala de Richter. Com epicentro nas proximidades do Banco D.João de Castro, a estrutura vulcânica submarina onde se desenvolveu a erupção histórica de 1720, este sismo foi sentido com intensidade máxima de V na Escala de Mercalli Modificada nas ilhas Terceira e de S.Miguel. Nas ilhas de S.Jorge, do Pico e do Faial alcançou intensidades máximas de III/IV, III/IV e II/III, respectivamente.
 
Nas primeiras duas semanas da crise registaram-se cerca de 1500 eventos numa estação de referência localizada na ilha de S.Miguel. Neste período houve notícia de 38 sismos terem sido sentidos, embora se admita que tal número tenha sido ligeiramente superior.
 
Os gráficos de frequência horária e diária mostram que após um início com cerca de 450 sismos registados em 24 horas, o número de eventos diminuiu relativamente depressa nos primeiros dias. Não obstante a ocorrência de alguns picos de actividade, como os determinados por algumas réplicas de maior magnitude, tal tendência geral foi igualmente observada em termos de energia libertada. A partir do dia 4 de Julho a actividade sísmica entrou numa fase estacionária, caracterizada por uma média de aproximadamente 30 sismos/dia. A manutenção dos níveis de sismicidade acima dos valores normais para a região e a ocorrência pontual de períodos de maior actividade definiram um padrão que indiciava a possibilidade de se gerarem novos eventos passíveis de serem sentidos.
 
Apesar da actividade sísmica em causa se ter concentrado preferencialmente a W do Banco D.João de Castro, importa salientar que dois dias antes do seu início se registou um pequeno swarm na Zona de Fractura do Congro, na ilha de S.Miguel. Em plena crise, a Fossa do Hirondelle e a região a sul dos ilhéus das Formigas foram igualmente palco de sismos sentidos nas ilhas de S.Miguel e de Santa Maria, respectivamente. Após o período de intensa sismicidade verificado nos anos de 1988 e de 1989, e para além da crise sísmica centrada a NW da ilha do Faial em 1992/93, esta pode considerar-se já uma das mais importantes fases de actividade registada no arquipélago dos Açores.

Observações


Anexos