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em Vulcanologia e Avaliação de Riscos
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Referência Bibliográfica


CABRAL, N. (2009) - Análise do perigo de tsunamis nos Açores. Dissertação​ de Mestrado em Vulcanologia e Riscos Geológicos, Universidade dos Açores, 156p.

Resumo


Em virtude da sua localização geográfica e enquadramento geodinâmico, as ilhas dos Açores encontram-se expostas a eventos tsunamigénicos gerados a partir de diferentes mecanismos, locais ou distantes. Desde o povoamento dos Açores, no século XV, são vários os documentos que reportam a ocorrência de episódios de inundação de zonas costeiras por ondas anormalmente grandes que causaram destruição e morte nestas ilhas.

 

O presente trabalho teve como principal objectivo a caracterização dos diferentes eventos passíveis de serem associados a fenómenos tsunamigénicos, com registo no arquipélago. Para tal, procedeu-se à recolha de documentação diversa como crónicas, manuscritos, artigos de jornais e revistas locais, publicações científicas, e bases de dados internacionais disponíveis online.

 

No conjunto dos eventos estudados regista-se a ocorrência de alguns teletsunamis, de entre os quais se destaca o desencadeado pelo Terramoto de Lisboa de 1 de Novembro de 1755, com epicentro a SW de Portugal Continental. Assinala-se ainda o teletsunami gerado pelo sismo de 1761, localizado no mesmo sector que o anterior, e o gerado em 1929 nos Grandes Bancos da Terra Nova por um movimento de vertente submarino desencadeado por um sismo. Dos eventos locais, com origem na região dos Açores destacam-se os tsunamis desencadeados pelos sismos de 1757 e de 1980, ambos associados à dinâmica do Rift da Terceira. No primeiro caso as ondas podem também dever-se aos vários movimentos de vertente desencadeados pelo sismo. No que concerne a tsunamis desencadeados por movimentos de vertente em arribas assinalam-se os eventos da Quebrada Nova, em 1847, e da Rocha Alta em 1980, ambos gerados na ilha das Flores.

 

A análise efectuada revela que o perigo de tsunamis nos Açores advém principalmente de eventos por sismos distantes e de eventos locais associados a sismos e a movimentos de vertente. Neste âmbito, foram assinaladas 12 ocorrências. Noutro contexto, contabilizaram-se 6 eventos associados a inundações de zonas costeiras com origem em enchentes e/ou fenómenos atmosféricos extremos, podendo hipoteticamente corresponder a meteotsunamis. Importa salientar que, apesar de diferentes mecanismos desencadeantes, tanto os tsunamis gerados por factores geológicos como os associados a fenómenos atmosféricos podem apresentar consequências similares. Embora não sejam conhecidos relatos de tsunamis associados a actividade vulcânica, a história eruptiva dos vulcões activos dos Açores demonstra a existência de erupções de elevada magnitude e com grande potencial tsunamigénico.

Observações


Anexos