​​No arquipélago dos Açores ocorrem numerosas descargas de águas minerais, que apresentam uma elevada variabilidade de tipos químicos e de magnitudes de mineralização, 75% das quais se localizam na ilha de São Miguel. Genericamente, as águas minerais dos Açores podem ser divididas em 4 grupos, em que os grupos 1 e 2 englobam águas dos tipos Na-HCO₃ e Na -HCO₃-CI, emergentes a partir de aquíferos de altitude, frias, termais e hipertermais, estas últimas relacionadas com fumarolas, em que o pH é básico. O terceiro grupo compreende águas de fumarolas, de composição aniónica dominada pelo SO₄ e um carácter fortemente ácido (2,02-2,27). O grupo 4 agrega amostras frias e termais, emergentes a partir de aquíferos de base, muito mineralizadas por influência da mistura com sais marinhos, que se manifesta pela fáceis cloretada sódica. Um dos múltiplos aproveitamentos dos recursos hidrominerais corresponde à aplicação da monitorização hidrogeoquímica daquelas águas no âmbito da vigilância da actividade vulcânica que, numa região como os Açores, caracterizada por uma intensa actividade sismovulcânica, é um dos pilares básicos da protecção civil. Neste contexto, na ilha de São Miguel, são monitorizados 13 pontos de água mineral, sendo 7 pertencentes ao vulcão central do Fogo e 6 no complexo vulcânico das Furnas. Para todas as emergências referidas anteriormente, e com uma periodicidade quinzenal são registados a temperatura, o pH, a conductividade eléctrica, o CO₂ livre, a alcalinidade, o bicarbonato, o cloreto e o sulfato. Os resultados obtidos no período que medeia entre 1990 e a actualidade evidenciam uma grande estabilidade dos vários parâmetros estudados, com excepção de algumas variações acentuadas em poucos pontos de água, em resultado da mistura com águas da chuva ou do escoamento de suerfície, e demostram a validade da metodologia utilizada.