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Instituto de Investigação
em Vulcanologia e Avaliação de Riscos

Comunicações orais ► em encontros nacionais

 

Referência Bibliográfica


GASPAR, J.L. (1999) – A actividade sismovulcânica da região dos Açores e o enquadramento da erupção submarina da Crista da Serreta. “Dia Internacional da Protecção Civil”. Terceira, Angra do Heroísmo, Março (Comunicação Oral).

Resumo


​O arquipélago dos Açores emerge da designada Plataforma dos Açores, uma estrutura acidentada de forma aproximadamente triangular, limitada, grosso modo, pela curva batimétrica dos 2000 metros. No que se refere ao seu enquadramento geoestrutural situa-se na zona onde contactam as placas litosféricas americana, eurasiática e africana, facto bem expresso nos importantes sistemas de fracturas que caracterizam este sector do Atlântico Norte. Neste contexto assumem especial relevo a Crista Médio-Atlântica, a Zona de Fractura Este dos Açores, o Rift da Terceira (incluindo os alinhamentos S.Miguel-Terceira-Graciosa, Faial-Pico e S.Jorge) e a Falha da Glória. 
A fronteira entre a placa americana e as placas eurasiática e africana encontra-se bem definida através da Crista Médio-Atlântica. A natureza e a precisa localização do limite entre as placas eurasiática e africana, materializado pelo Rift da Terceira no seu sentido mais geral, são, no entanto, alvo de alguma controvérsia, facto que tem proporcionado a elaboração de vários modelos geodinâmicos para a região. 
O peculiar enquadramento geológico dos Açores reflecte-se, naturalmente, na actividade sísmica e vulcânica registada nesta zona do Atlântico, em particular ao nível da Crista Médio-Atlântica e do Rift da Terceira (s.l.). Desde o século XV, altura do povoamento dos Açores, importantes terramotos e diversas crises sísmicas já resultaram em vários milhares de mortos e avultados danos materiais, estando ainda na memória os sismos da Terceira, em 1 de Janeiro de 1980, e o do Faial, ocorrido na madrugada de 9 de Julho de 1998. Por outro lado, remontam igualmente ao século XV os primeiros testemunhos de manifestações vulcânicas, sendo de salientar neste campo o caso da célebre erupção do Vulcão dos Capelinhos, na extremidade W da ilha do Faial, em 1957/58. 
A erupção que se iniciou em Dezembro de 1998 na Crista Submarina da Serreta, a W da ilha Terceira, representa o mais recente exemplo da actividade sismovulcânica que caracteriza a região dos Açores, um laboratório de excelência para o desenvolvimento da investigação em domínios tão vastos como o da Sismologia e o da Vulcanologia, onde a Ciência e a Protecção Civil não se podem dissociar.

Observações


Anexos