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Mundo ► Fenómenos Naturais

Michael Hoult, marinheiro ROAM com amostras de pedra podes (Foto: Sail Surf ROAM/Facebook in Science alert)
26-08-2019 18:30
Oceano Pacífico
Mancha de pedra pomes flutuante move-se em direção à Austrália

Uma gigante massa de material vulcânico flutuante, resultante de uma erupção submarina no Oceano Pacífico, move-se lentamente em direção à costa australiana, podendo vir a beneficiar a Grande Barreira de Coral.

Com uma dimensão superior a cerca de 20 mil campos de futebol, a massa de pedra pomes flutuante, surgiu há algumas semanas atrás, depois de uma possível erupção vulcânica submarina perto de Tonga.

Imagens de satélite revelaram pela primeira vez a formação à superfície da água a 9 de agosto, correspondendo com relatos de pescadores na época. No entanto, as observações mais notáveis surgiram da tripulação de um catamarã australiano ROAM, que se viu à deriva no meio da massa de pedra podes. Segundo a tripulação o material vulcânico cobria completamente a superfície do oceano de tal forma que a água não era visível. O mesmo relatou Shannon Lenz, através de um vídeo ao passar num veleiro pela zona, em que descreve que navegou por um campo de pedra podes durante cerca de 6 a 8 horas, sem conseguir ver água do mar a maior parte do tempo.

Embora o fenómeno possa constituir um perigo de navegação para outras embarcações, a notícia está a ser muito bem recebida pelos especialistas. De acordo com Scott Bryan, geólogo da Universidade de Tecnologia de Queensland (QUT), este é um potencial mecanismo para reabastecer a Grande Barreira de Coral, ao largo da costa de Queensland no nordeste da Austrália. Com base em estudos realizados nos últimos 20 anos, o material pomítico resultante de atividade vulcânica, trará novos corais saudáveis bem como novas espécies de recifes para a Grande Barreira de Corais.

Segundo Bryan e outros investigadores da QUT, espera-se que a mancha de pedra podes flutuante passe pela Nova Caledónia e Vanuatu, podendo passar por vários recifes de corais no Mar de Coral oriental. É importante ressaltar que deverá ocorrer aproximadamente na mesma época em que a região passa pela principal desova de coral, no final do ano, o que poderá transforar a pedra pomes em um ecossistema itinerante. Neste momento a pedra pomes está “vazia” e “infértil”, no entanto nas próximas semanas começará a manter presos a ela organismos de recifes, transportando-os até à Grande Barreira de Coral. A pedra pomes e a sua carga de algas, cracas, corais e outras formas de vida marinha têm o potencial de ajudar a regenerar parcialmente a matéria orgânica da Grande Barreia de Coral.

A Grande Barreira de Coral é um ecossistema de cerca de 2 300 km de extensão e compreende milhares de recifes e centenas de ilhas formadas por mais de 600 tipos de corais duros e macios, abrigando inúmeras espécies de peixes, moluscos e estrelas-do-mar, bem como tartarugas, golfinhos e tubarões.

Vídeo da mancha de pedra pomes: https://youtu.be/PEsHLSFFQhQ 



Fontes


Science alert
Wikipédia

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