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Açores ► Ciência

Lago da Furna do Enxofre, ilha Graciosa (Foto: SIARAM)
20-02-2019 09:15
Ponta Delgada
Investigadores do IVAR publicam novo artigo científico alertando a importância da monitorização do CO2 nos Açores

​Na ilha Terceira e Graciosa (Açores) encontram-se duas das mais importantes cavidades vulcânicas do arquipélago, nomeadamente o Algar do Carvão e a Furna do Enxofre, respetivamente.
 
Num trabalho pioneiro no que respeita ao estudo do fluxo de dióxido de carbono (CO2) que é emitido a partir da superfície de lagos inseridos no interior destas cavidades, obtiveram-se resultados importantes para auxiliar em trabalhos de monitorização sismovulcânica das ilhas inerentes a estes lagos bem como de todo o arquipélago.
 
Para além de com este estudo se conseguir estimar a emissão de CO2 que é libertado por estes corpos de água, outro resultado importante foi a determinação da origem de que provém este gás. Assim, César Andrade e os restantes investigadores determinaram uma origem vulcânica/hidrotermal para o lago da Furna do Enxofre podendo ainda ter algum contributo biogénico, mas que estará certamente mascarado pelos elevados valores de CO2 de origem vulcânica. Já no que diz respeito ao lago do Algar do Carvão, através das respetivas análises isotópicas de d13C, verificou-se apenas uma fonte de dióxido de carbono, esta de origem biogénica.
 
No final da investigação foi possível desta forma estimar a emissão de 0.32 a 2.0 kg d−1 de CO2 para o lago inserido no Algar do Carvão, que considerando a sua área de superfície, o fluxo varia de 1.5 a 6.7 t km−2 d−1, valor este muito baixo quando comparado com o outro lago estudado no interior da Furna do Enxofre (6100 kg d−1), emitindo 508.3 t km−2 d−1 de CO2. Este valor coloca este lago entre os cinco lagos vulcânicos de todo o mundo que emitem maior fluxo de CO2 para a atmosfera, servindo de exemplo o valor do conhecido Lago Nyos nos Camarões (8.4 t km−2 d−1), onde já ocorreu um desastre em 1986 pela acumulação de uma grande quantidade de CO2 no fundo do lago, matando perto de 2 mil pessoas.
 
Como estas cavidades vulcânicas são visitadas anualmente por milhares de pessoas, este estudo releva-se de enorme interesse para alertar a importância de monitorizar este gás vulcânico no interior destas cavidades vulcânicas, e para assim precaver eventuais catástrofes para a saúde pública por elevados valores deste e de outros gases vulcânicos.


Fontes


IVAR/CIVISA

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