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Imagens do mergulho EX1605L1-09 do Deep Discoverer a 30 de abril de 2016.
08-11-2018 15:40
Pacífico
Descoberta a mais profunda erupção histórica conhecida na Terra - Arco vulcânico das ilhas Marianas

​A maior parte da atividade vulcânica no planeta ocorre nos oceanos, ao longo dos limites das placas tectónicas As erupções vulcânicas submarinas, por ocorrerem no fundo dos oceanos e distantes de sensores terrestres, são muito difíceis de detetar. No entanto, os mais recentes instrumentos de oceanografia permitem agora encontrar e estudar as erupções recentes que ocorreram no fundo do mar.

Em dezembro de 2015 foi então descoberta a primeira erupção histórica no arco vulcânico das ilhas Marianas. Um levantamento da coluna de água ao longo do eixo do arco mostrou plumas hidrotermais sobre o local, caracterizadas por baixas concentrações de partículas e anomalias químicas reduzidas relativamente altas.

Esta descoberta foi feita com o mergulho de um veículo submarino autónomo, Sentry, que permitiu recolher no local, a batimetria de sonar multifeixe de alta resolução (1 metro), seguido de um levantamento fotográfico de fundo de uma área menor. Os resultados fotográficos revelaram a presença de uma escoada lávica cristalina, escura com aspeto fresco e recente, sem qualquer sinal de alteração ou erosão, bem como sem cobertura de sedimentos. A emissão de um fluido hidrotermal de cor esbranquiçada indicava que a escoada lávica ainda se encontrava morna e, portanto, muito recente. Uma comparação da batimetria de sonar multifeixe coletada pelo R/V Falkor em dezembro de 2015, com os dados da campanha anterior, realizada pelo R/V Melville em fevereiro de 2013, revelou grandes mudanças de profundidade na mesma área, permitindo verificar que esta recente erupção terá ocorrido em menos de 3 anos.

Esta comparação batimétrica mostra que a erupção produziu uma série de escoadas lávicas (pillow lavas) com espessuras a variar entre 40 e 138 metros, ao longo de uma distância de 7,3 km, a profundidades de 4050 a 4450 metros b.s.l (abaixo do nível do mar), tornando então esta a mais profunda erupção vulcânica histórica conhecida na Terra.

Em abril e dezembro de 2016 foram realizados dois novos mergulhos na área da descoberta, operados remotamente pelos veículos Deep Discoverer e SuBastian.

As observações de 2015-2016 mostram um declínio rápido no sistema hidrotermal das escoadas lávicas, sugerindo então que a erupção ocorreu apenas alguns meses antes da descoberta em dezembro de 2015. A morfologia destas pillow lavas é semelhante a outros locais de erupções históricas, levando a concluir que a maior profundidade e pressão a que este local está sujeito não teve efeito aparente nos processos de extrusão e instalação da lava.

O estudo resultante desta descoberta revela que alguns segmentos do arco das ilhas Marianas possuem sistemas magmáticos ativos, apesar da relativa baixa taxa de expansão, sendo possíveis outras erupções vulcânicas num futuro próximo.
 


Fontes


Chadwick Jr et al., 2018 in Frontiers in Earth Science

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