​O vulcão Ol Doinyo Lengai, na Tanzânia, conhecido pelos locais como “A Montanha de Deus”, tem mostrado sinais de que uma erupção está iminente. De acordo com a equipa de geólogos e geofísicos que acompanham e monitorizam a atividade do vulcão, estes sinais passam pelo aumento da emissão de cinzas e das emissões gasosas, o aumento da sismicidade, da elevação em pequenos cones vulcânicos e a abertura de uma fenda no topo do vulcão.

 

Em junho do ano passado, foram instalados em torno do vulcão cinco sensores de posicionamento que permitem estudar e acompanhar, em tempo real, a evolução da deformação do vulcão.

 

Segundo a geofísica norte americana Sarah Stramps, neste caso ‘iminente’ significa que pode entrar em erupção dentro de segundos, daqui a um dia, a uma semana, ou mesmo daqui a alguns anos, constituindo um cenário catastrófico para as aldeias locais.

 

O Ol Doinyo Lengai é um estrato vulcão com 2962 metros de altura, situado no Vale do Rift, na região de Arusha (Tanzânia), caracterizado pela emissão de lavas ricas em carbonatite, um tipo de rocha ígnea, que deram origem a formas vulcânicas sublimes e invulgares. Estas lavas têm uma composição abundante em silicatos, sódio, potássio e carbonatito, dando origem a rochas com mais de 50% de minerais carbonatados. Devido à sua peculiar composição, estas lavas por serem extremamente fluídas, comportam-se quase como água, e ao solidificar apresentam cores branco-acinzentadas.

 

Para além disso, a investigadora Stamps, acrescenta que não é certo de que uma erupção no vulcão chegue a atingir os locais arqueólogicos de Arusha, a menos de 115 km de distância, mundialmente famosos pelas pegadas milenares de hominídeos e pela chamada “dança do Homo Sapiens”, que datam aproximadamente 20 mil anos. Caso acontecesse, e/ou se coincidir com a estação chuvosa, os fluxos detríticos resultantes podem destruir os achados.

 

Historicamente, Ol Doinyo Lengai é capaz de produzir grandes fluxos de detritos que alcançaram a margem do lago Natron.