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Relaão com o alinhamento da Lua e do Sol e os sismos (Raoul Ranoa)
14-09-2016 12:55
Tóquio
Estudo afirma que a ocorrência de grandes sismos varia com a força das marés

Segundo um estudo publicado na revista Nature Geoscience por uma equipa de investigadores da Universidade de Tóquio, os grandes sismos tendem a ocorrer durante os períodos de marés fortes, como durante nas fases de Lua Nova ou de Lua cheia, quando a diferença de maré alta e maré baixa é maior.

A ideia de que as marés podem estar relacionadas com os sismos não é nova, explicando-se com o comportamento dos oceanos quando o Sol, a Terra e Lua estão alinhados, como durante a Lua Cheia e a Lua Nova, fazendo com que a força das marés exerça maior pressão sobre a Terra e, consequentemente, sobre as falhas tectónicas.

No entanto, este é o primeiro estudo que mostra uma ligação estatística, em que existe um maior número de sismos de maiores magnitudes em relação a sismos de menor magnitude durante períodos de marés altas ou vivas.

O estudo divulgado consistiu então em identificar uma correlação entre as forças de maré e os grandes terramotos, comprovando assim que os sismos como os de Sumatra (Indonésia) em 2004, com magnitude 9,1, de Maule (Chile) em 2010, com magnitude 8,8, e de Tohoku-oki (Japão) em 2011, com magnitude 9,0, ocorreram em fase de Lua Cheia, momentos de grande amplitude da força de maré alta.

Para isso, os investigadores recriaram o tamanho e a amplitude da “força de maré”, efeito da força da gravidade responsável pela existência de marés, registada nas duas semanas anteriores aos grandes sismos (com magnitudes iguais ou superiores a 5,5).

De acordo com Satoshi Ide, professor de sismologia na Universidade de Tóquio e investigador principal neste estudo, mesmo que os sismos sejam ligeiramente reforçados pelo efeito das marés, a probabilidade de prever a ocorrência de um sismo num determinado dia continua muito baixa.

Para a ciência, ainda não foi possível explicar totalmente como se iniciam e como se desenrolam os grandes sismos, no entanto crê-se que aumentam em cascata, a partir de uma pequena fratura numa placa tectónica, que acaba por se transformar numa grande fenda. Deste modo, os autores deste estudo acreditam que a probabilidade de uma pequena fratura se estender aumenta durante as marés altas ou vivas.

Nicholas Van der Elst, geofísico do United States Geological Survey (USGS) não envolvido no estudo, afirma que as observações documentadas são interessantes, levando outros cientistas a tentar reproduzir tais resultados.

Para este geofísico, as marés contribuem pouco (1% ou menos) para a sobrecarga produzida nas placas tectónicas. No entanto, afirma que o pouco que contribuem pode ser a quantidade de tensão necessária a levar as rochas a fraturarem. Segundo o cientista, faz sentido que um sismo ocorra, e coalesça num de maior magnitude, se houvesse uma ligeira força adicional. No entanto, para se ter a certeza ainda muitos sismos terão de ocorrer numa fase de maré baixa. Segundo este investigador, os terramotos são quase como um processo aleatório, em que as forças das marés são apenas um fator num processo complexo, existindo também uma série de outros fatores. 



Fontes


Los Angeles Times
ZAP.aeiou
TSF

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