Landsat 8 mostra imagem surpreendente do complexo filoniano circular de Pilanesberg, na África do Sul
Uma imagem obtida pelo satélite Landsat 8 da NASA do Parque Nacional de Pilanesberg, África do Sul, revelou vestígios de um vulcão antigo colapsado com cerca de um bilião de anos.
A imagem mostra uma forma circular rara que corresponde ao maior complexo de filões alcalinos circulares, com cerca de 24 km de diâmetro, que refletem o antigo sistema vulcânico agora exposto pela erosão. Esses anéis concêntricos correspondem a intrusões magmáticas que se instalaram em fraturas de contorno mais ou menos circular e são constituídas por diferentes tipos de rochas vulcânicas. A estrutura, formada por cristas e vales, eleva-se a cerca de 100 a 500 metros acima das planícies circundantes, situando-se o ponto mais alto, o Matlhorwe Peak, a cerca de 1560 metros acima do nível do mar. A imagem foi captada numa altura em que a paisagem estava seca, já que geralmente várias linhas de água fluem nos vales.
Os cientistas acreditam que a sua formação ter-se-á iniciado há cerca de 1.3 biliões de anos, quando a Terra ainda era habitada pelas primeiras formas de vida, tais como algas, e quando era frequente ocorrerem erupções vulcânicas massivas. Desde então, o magma foi-se acumulando junto à superfície, criando pressão nas rochas encaixantes e empurrando uma estrutura vulcânica que terá atingido vários milhares de metros de altura. Ao longo do tempo, o magma foi irradiando para fora da câmara magmática principal localizada sob o vulcão, criando eventualmente grandes fraturas em torno do vulcão a intervalos regulares. Após várias erupções violentas, a parte central do vulcão terá colapsado sobre si mesma e, devido ao aumento de pressão, forçado a saída de mais magma para a superfície, formando mais filões.
Os filões apresentam composições litológicas diferentes, reflexo das distintas taxas de arrefecimento do magma, bem como da composição do magma. Por exemplo, na parte sudoeste do parque nacional, os filões são constituídos por foiaítos brancos e sienitos vermelhos. Os primeiros, com uma granulometria mais grosseira, formam-se quando o arrefecimento é lento, enquanto que os segundos formam-se quando o magma é muito rico em água. Por serem rochas mais resistentes à erosão e meteorização relativamente às rochas encaixantes, as suas formas ficam melhor preservadas no relevo da região.