Jovem investigador do CIVISA acompanhou a erupção do Bardarbunga, na Islândia
A erupção fissural no campo de escoadas lávicas de Holuhraun, localizado entre os vulcões Bardarbunga e Askja, na Islândia, continua, durando já mais do que 100 dias. Até agora, foi libertado para a superfície um volume de magma de cerca de 1 km
3 e registou-se mais do que 50 metros de subsidência na caldeira do vulcão.
Os investigadores trabalharam de forma muito rápida, para tentar compreender a intrusão magmática. Foram implementados modelos cinemáticos da evolução da intrusão, através da utilização de dados geodésicos GNSS e InSAR. Além disso, houve uma total integração com os resultados sísmicos. O intenso trabalho foi compensado, quando um artigo sobre a intrusão foi publicado online na prestigiada revista Nature: http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature14111.html.
Os primeiros dias da erupção do vulcão Bardarbunga coincidiram com o início da escola de verão NEMOH (Numerical, Experimental and Stochastic Modelling of Volcanic Processes and Hazard), na Islândia, que possibilitaram o acompanhamento, em tempo real, deste fenómeno natural. O jovem investigador João Araújo, do CIVISA, teve o privilégio de participar nesta escola, tendo assistido a reuniões diárias acerca da evolução do fenómeno e, inclusive, sobrevoado a erupção. A formação decorreu em Agosto e participaram cerca de 30 jovens investigadores de toda a Europa e de outros países do mundo.
A escola focou-se na aplicação de diversas técnicas aplicadas à deformação crustal, nomeadamente, o GNSS, o nivelamento e o InSAR, incluindo a medição de dados no campo e a interpretação e modelação de resultados.
O jovem investigador foi seleccionado pela ESF (European Science Foundation), no âmbito de uma bolsa Memovolc, com duração de duas semanas, sendo recebido pelo IES (Institute of Earth Sciences), da Universidade da Islândia, e pelo IMO (Icelandic Met Office).
Nesta visita, foi possível conhecer a rede de monitorização GNSS da Islândia e as estratégias que são usadas; nomeadamente, a forma como os dados são adquiridos remotamente e a metodologia de processamento e análise de dados adoptada. Foi possível, também, caracterizar e discutir resultados de deformação crustal obtidos na Islândia e nos Açores e foram desenvolvidas técnicas para analisar os resultados GNSS, que podem ser utilizadas no CIVISA.