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Mundo ► Fenómenos Naturais

Calor e vapor dos vulcões permitiram que espécies sobrevivessem (Foto: AFP/ Peter Convey/ British Antarctic Survey)
20-03-2014 15:00
 
Vulcões ajudaram espécies a sobreviver a eras glaciais

Uma equipa internacional de investigadores da Universidade Nacional da Austrália encontrou evidências de que o vapor e o calor dos vulcões e rochas aquecidas permitiram que muitas plantas e animais sobrevivessem a eras glaciais. Tais informações têm ajudado cientistas a entender como algumas espécies respondem às mudanças climáticas. "O vapor vulcânico pode derreter uma larga quantidade de gelo, formando grutas sob os glaciares, onde a temperatura pode estar dezenas de graus mais elevada do que no exterior", disse Ceridwen Fraser, que lidera a equipa da Universidade Nacional da Austrália.

 

 Segundo o investigador, grutas e campos de vapor quente podem ter sido excelentes locais para as espécies durante as eras glaciais, funcionando como autênticos oásis. "Podemos aprender muito olhando para os impactos de mudanças climáticas anteriores, à medida que vamos lidando com a acelerada alteração que o ser humano causa agora", acrescentou. A equipa estudou milhares de amostras de musgos, líquenes e insectos, recolhidos ao longo de décadas por centenas de investigadores, descobrindo que havia mais espécies perto dos vulcões do que as que se encontravam afastadas deles.

 
Embora o estudo tenha como base a Antártida, as descobertas vão também ajudar os cientistas a perceber de que forma as espécies sobreviveram a "idades do gelo" noutras regiões, incluindo períodos em que se pensava que a Terra estava totalmente (ou quase totalmente) coberta de gelo. A Antártida tem, pelo menos, 16 vulcões activos desde a última idade do gelo, há 20 mil anos. Verificou-se que cerca de 60% de espécies de invertebrados da Antártida foram encontrados noutros pontos do mundo. "Quanto mais perto se chega dos vulcões, mais espécies se encontra", disse Aleks Terauds, da Divisão Australiana da Antártida, que fez a análise, reproduzida na publicação Proceedings da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. "Esse padrão apoia a nossa tese de que as espécies estão expandindo as suas escalas e movem-se gradualmente para fora das áreas vulcânicas desde a última idade do gelo", destacou.
 
Steven Chown, da Universidade Monash, de Melbourne, que também integra a equipa, afirma que as descobertas poderão servir de guia nos esforços de conservação na Antártida. "Saber onde existiam os ‘hotspots' (pontos quentes) da diversidade irá ajudar-nos a protegê-la, dado que as mudanças climáticas, induzidas pelo homem, continuam a afectar a Antártida", acrescentou.


Fontes


EBC Agência Brasil (com informações da Agência Lusa)

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