Decorreu ontem, dia 18, na Assembleia da República, o 7º Café de Ciência, uma iniciativa conjunta da AR e da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica que dedicou o evento à Geologia: passado, presente e futuro. Na discussão, em que participaram várias dezenas de investigadores, empresários, associações e políticos, foram debatidos diversos temas da actualidade no âmbito do geoturismo, dos recursos geológicos e dos riscos geológicos.

 

João Luís Gaspar, do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores, foi o convidado para introduzir a temática dos riscos geológicos, mais concretamente, no que se refere à problemática do vulcanismo. Na ocasião, aquele investigador teve oportunidade de abordar a questão do multirrisco em regiões como a dos Açores, cujo enquadramento Atlântico e Geodinâmico determinam a ocorrência, por vezes relacionada, de fenómenos meteorológicos extremos, sismos, erupções vulcânicas, movimentos de vertente, fenómenos de desgaseificação e tsunamis. Apresentou alguns exemplos da história recente dos Açores e sublinhou como linhas de orientação estratégica para o desenvolvimento das políticas públicas de protecção civil e de ordenamento do território a necessidade se garantirem as condições necessárias para a monitorização, vigilância e avaliação de perigos.

 

Em resposta ao repto do deputado Ribeiro e Castro  que instigou os presentes a indicar três prioridades a considerar na área da Geologia, João Luís Gaspar defendeu a realização da Carta de Perigos Geológicos de Portugal Continental, à semelhança do projecto que os Açores desenvolveram nos últimos dois anos e que teve por objectivo a definição de condicionantes a ter em conta no âmbito dos instrumentos de gestão territorial.